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O DIFRUÇO DA PORCA


Miguezim de Princesa

I
Meus senhores e senhoras,
A Providência Divina
Manda mais de um recado
Para evitar a ruína:
Manda enchente e furacão,
Tormento e devastação
E até gripe suína.

II
É tanta notícia ruim
Emporcalhando a estrada,
Pedras de decepção
Atrasando a caminhada,
Tanta sombra na centelha,
Que até a porca velha
Resolveu ficar gripada.

III
O porco velho saiu
Uma noite do chiqueiro,
De manhã voltou com uma mala
Entupida de dinheiro,
Mas deu na televisão
Que um bacurim ladrão
Tinha roubado os brasileiros.

IV
A porca, vendo a notícia,
Entrou logo em desespero,
O bacurim de gravata
Saltou pro meio do terreiro
Disse: “Pai também roubou,
Nosso chiqueiro aumentou
E investe no estrangeiro.

V
O nosso vizinho do lado
Tem castelo e avião,
Tá se lixando pro povo,
Que se dane a multidão,
O que vale é ter poder,
Um cocho pra se comer
E uma conta de um bilhão.

VI
Vou investir o dinheiro
Num paraíso fiscal,
Depois dizer que quebrei
E estou passando mal
Que o Estado-Barrão
Aumenta arrecadação,
Fecha escola e hospital.

VII
Pega todo o capital
Escorchante do intruso,
Esparrama no chiqueiro
De um jeito muito confuso,
Numa gastança de orgia
Que o porco de alegria
Sai rodando o parafuso.

VIII
E sai enganando a quem
Não é do mundo suíno:
Uma chita pras mulheres
Uma chupeta pro menino
E uma cesta de comida
A quem só resta na vida
Um lampejo bem mofino”.

IX
Um bilhão passando fome,
Nos quatros cantos do mundo,
E quem só tem o salário
Xingado de vagabundo,
Chupa-cabra da Nação.
O negócio é ser barrão
E ter dinheiro no Fundo.

X
A porca indagou do filho,
De uma forma assim bem por alto:
E se alícia te pega
Roncando dentro do mato?
Bacurim diz: “É comédia,
É inventar uma tragédia
Que logo esquecem o assalto!”.

XI
E então mandou que a mãe
Ficasse logo acamada
De uma doença terrível
(Uma gripe mal curada,
Quase uma gripe espanhola),
Aí fecharam a escola,
O botequim e a estrada.

XII
Mandaram fazer vacina
Para o Estado comprar,
Esparramaram o produto
Por terras do além-mar
E dentro dos escritórios
Porcos de laboratórios
Lucraram até enjoar.

XIII
O sul se acabando em seca
E o Nordeste em enchente,
A dengue, a safra de anjos
No cortejo impenitente
E o mundo da porcaria
nventa uma gripe vadia
Para engambelar a gente.

Fonte: Claudio Humberto

 
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