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Parlamentares do baixo clero vão tentar derrubar a proibição das passagens aos seus parentes

Foi deflagrada na Câmara uma articulação para derrubar, no plenário, a proibição ao uso de passagens aéreas por familiares dos deputados.


Anunciada por Michel Temer nesta quarta (22), a providência será formalizada em reunião da Mesa diretora.


Antes mesmo da formalização, o deputado Silvio Costa (PMN-PE) anunciou que recorrerá ao plenário contra a decisão.

Esse tipo de recurso é algo previsto no regimento interno da Casa. Uma vez apresentado, Temer não poderá furtar-se a ouvir o plenário.


Silvio Costa não está só. Longe disso. É amparado por uma densa insatisfação do bloco parlamentar que se convencionou chamar de “baixo clero”.


É esse grupo que se move, na surdina, para desautorizar, no voto, o veto às viagens de familiares de parlamentares.


Os deputados sustentam que, a pretexto de atender à pressão exercida pela imprensa, Temer e a Mesa presidida por ele afrontam a lógica.


Porta-voz informal dos insatisfeitos, Silvio Costa disse, do alto da tribuna: “Não é justo que as mulheres e os filhos dos parlamentares casados não possam vir a Brasília...”


“...Sou casado, fui candidato e Pernambuco inteiro sabia que eu era casado. Vocês querem me separar? Venho para Brasília e minha mulher fica lá?”


Referiu-se à proibição como uma “decisão acuada”, um “atentado à democracia”.

Acrescentou: “Ou esse Parlamento acaba com o teatro de hipocrisia e tem a coragem de falar a verdade para a opinião publica ou cada vez vai apanhar mais”.


Instou Temer, que presidia a sessão, a rever a decisão que anunciara horas antes. Do contrário, recorreria ao plenário. Foi efusivamente aplaudido.


Diante da cena, Temer limitou-se a dizer: “Vejo uma aquiescência do plenário. Se for regimental, trarei ao plenário...”


“...O órgão soberano desta Casa não é a presidência, é o plenário. Se decidir que deva ser nos termos candentes mencionados por Silvio costa assim será”.


Mais tarde, como que desejoso de sossegar a alma dos descontentes, Temer disse que não houve “ilícitos” no uso pretérito das passagens.


Recomendou a observância das novas regras. E encareceu: “Que não tratem mais desse assunto” (assista lá no alto). Não foi ouvido.


À voz de Silvio Costa somaram-se outras. Entre elas a do cardeal e presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE). Queixou-se da imprensa. E evocou a demcoracia (assista abaixo).


Do plenário, Ciro rumou para uma área conhecida como "cafezinho da Câmara". Foi rodeado por jornalistas. E não conseguiu deter os ímpetos da língua.

Apontando em direção ao plenário, chamou de "babacas" os colegas que se rendem às pressões.


Acrescentou: "Ministério Público é o caralho..."

"...Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputado, de ninguém. Pode escrever o caralho aí".


Nas pegadas da decisão da Câmara, também o Senado baixou norma restritiva para o uso de passagens. Permite apenas os vôos de senadores e assessores.


Diferentemente de Temer, o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) teve o cuidado de obter a aquiescência da Mesa antes de divulgar as mudanças.


Fez mais: depois de se entender com os líderes partidários, levou a resolução ao plenário. Foi votada e aprovada.


Ouviram-se críticas também no Senado. A mais explícita pingou dos lábios de Papaleo Paes (PSDB-AP): “Nessa eu me ferrei". Foi secundado por outros senadores (assista abaixo).


Embora o caso esteja aparentemente resolvido entre os senadores, uma eventual revisão feita no plenário da Câmara deixará o Senado em apuros.


Ou a coisa vigora nas duas Casas ou tende a cair em ambas.


Pela manhã, numa mesa de café que dividiu com Fernando Gabeira (PV-RJ), Temer parecia farejar o cheiro de queimado.


O mandachuva da Câmara disse ao colega que o baixo clero torcia o nariz para as providências que tencionava adotar.


Gabeira lembrou a Temer que sua presidência só termina em 2010.


Aconselhou-o a aprofundar as mudanças.

“Se te derrubarem [da presidência da Câmara], você se elege governador de São Paulo”, exagerou Gabeira.


Mais tarde, Gabeira foi, ele próprio, à tribuna. Justificou-se. E defendeu as mudanças (assista abaixo).

Escrito por Josias de Souza

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